Cinco Dias em Águas Implacáveis

Neste artigo: O Drama do Naufrágio do USS Indianápolis e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos

 

Sinopse  

Em 16 de julho de 1945 o navio USS Indianápolis partiu de San Francisco com urânio enriquecido  para ser usado na bomba que seria lançada sobre Hiroshima. Após entregar a carga, o gigante foi atingido e afundado por um submarino japonês. A tripulação e os militares somando 880 homens, viveram o drama de ter o navio abatido e estar em águas repletas de tubarões, aguardando a ajuda que viria somente cinco dias depois.

Missão Mortal

A perigosa carga atômica e peças essenciais para construção da bomba foram entregues pelo cruzador USS Indianapolis dia 26 de junho de 1945 na base americana em Tinian nas ilhas Marianas do Norte. Foi desse lugar que partiram os aviões que lançaram as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki em 06 de julho de 1945.

Com a missão cumprida, o USS Indianápolis partiu sem escolta rumo a Guam, há 200 km, para trocar parte da tripulação. Estava planejado que no dia 28 de julho ele partiria às Filipinas para preparar uma invasão ao Japão conjuntamente com o encouraçado USS Idaho.

Já a caminho das Filipinas, em 29 de julho de 1945 um submarino japonês lançou dois torpedos que acertaram em pontos-chave do navio: o primeiro atingiu em cheio a proa e o segundo o tanque de combustível. Houve uma grande explosão e o gigante de 190 m foi a pique rapidamente, em menos que 15 minutos. O USS Indianápolis era um dos poucos navios americanos que não possuíam detecção de submarinos por radar.

Da tripulação de 1.196 homens 880 haviam sobrevivido à explosão e ao naufrágio mas agora estavam no mar, cercados de destroços. Eles não tinham outra opção a não ser aguardar o resgate. Muitos daqueles militares estavam seguros que o resgate chegaria naquele dia mesmo e no entanto não imaginavam que precisariam aguardar ainda por cinco dias.

Cinco Dias nas  Águas dos Tubarões

O dia amanheceu. E isso trouxe algum alívio aos homens pois começava a esquentar a gelada água noturna. Mas havia chegado um  grave problema para os militares: o terror de estar cercado por tubarões da espécie Longimane, em grande número.

Woody James, um sobrevivente, em um depoimento disse que os tubarões estavam por toda parte, às centenas. Conforme seu relato, ­”No fim da tarde tudo estava calmo e de repente você ouvia alguém gritando. Eu acho que à tarde era o período de alimentação dos tubarões.  Quando alguém gritava a gente sabia que um tubarão o havia pegado.” Já no primeiro dia verificaram com efeito que muitos daqueles militares haviam sido feridos pelo ataque dos torpedos e seu sangue na água atraia os tubarões.

Durante o dia, os homens ficaram expostos à temperaturas acima de 27°C e ao sol a pino. Muitos sofriam de descamação severa. Alguns passavam o tempo procurando biscoitos e algo para comer nos destroços que flutuavam.

USS Indianápolis
O tubarão Longimane aterrorizou os náufragos por 5 dias.

Perdidos no Mar

Logo após o torpedeamento, por reflexo os operadores de rádio enviaram pedidos de socorro porém tragicamente não havia resposta. Em investigação posterior verificou-se que os comandantes acreditaram que as mensagens eram um trote japonês. O USS Indianápolis somente foi dado como desaparecido no dia 31 de julho, quando deveria ter chegado às Filipinas. Era o terceiro dia do naufrágio.

Um Resgate Heróico

Enquanto o piloto Wilbur C Gwinn fazia sua rotineira patrulha antissubmarino na região, informou via rádio à base no dia 2 de agosto: “vários homens na água! vários homens na água!”. Ele fez uma manobra e lançou ao grupo um bote salva-vidas e um rádio pois era tudo que podia fazer naquele momento. Ao receberem seu relatório várias unidades aéreas de resgate partiram para o local.

O tenente KR Adrian Marks pilotava um hidroavião quando foi atender o pedido de socorro. Ao chegar ele viu do alto homens sendo atacados por tubarões. Ele sabia que o protocolo era somente lançar os botes e suprimentos e que pousar na água era um procedimento estritamente proibido, mas decidiu por conta própria desobedecer esta ordem e pousar para embarcar os militares, a começar pelos que tentavam fugir dos tubarões e os outros em seguida.

A chegada do socorro foi um consolo aos homens na água mas era tarde demais para grande parte deles. Dos 880 homens 321 estavam vivos após cinco dias de desidratação, fome, insolação e os ataques de centenas de tubarões. Cinco deles morreram por causa dos ferimentos nos dias seguintes ao resgate.

Último Sobrevivente

Harold John Bray é o último sobrevivente da tragédia do USS Indianápolis. Em julho de 2023 ele recebeu várias honras e foi erigida uma estátua em sua homenagem na cidade de Benicia, Califórnia. Bray tem 96 anos.

 

Veja Sobre o que Falar Com Familiares e Amigos:

  • Camaradagem: Os militares se apoiaram mutualmente durante o período de 5 dias de espera do socorro. Era principalmente à noite que parte do grupo estava com o moral baixo ou muito cansados. O apoio foi fundamental para aumentar as chances de sobrevivência. 
  • Coragem: A situação na qual se encontravam após o naufrágio fez com que os homens demonstrassem grande coragem. Sem previsão de chegada do socorro, eles tiveram que enfrentar falta de alimento e de água, além dos ataques dos tubarões.
  • Prontidão: Ao serem informadas de sobreviventes, as equipes de salvamento trabalharam incansavelmente no resgate dos militares, não importando a hora do dia ou da noite, com o intuito de salvar o máximo de vitimas.

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