O Anjo dos Escombros

Neste artigo: A Última Sobrevivente e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos

Sinopse

Genelle Guzman-Mcmillan trabalhava no 64° andar da Torre Norte do World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001. Ela seguiu os procedimentos de evacuação após o prédio tremer. Todo o grupo do escritório teve que usar as escadas, uma vez que os elevadores não funcionavam naquele momento. Na descida, ao alcançar o 13° andar, de repente tudo escureceu. A torre havia colapsado sobre eles. Passaram-se 27 horas até ela ser retirada milagrosamente dos destroços. Genelle Guzman-Mcmillan foi a última pessoa resgatada com vida das Torres Gêmeas. 

Uma Imigrante Com Um Sonho

Genelle nasceu em Trinidad e Tobago, em uma família de imigrantes venezuelanos. Era uma família grande, de nove filhas. Nos anos 1990 ela passou uma temporada em Nova Iorque e viveu a efervescente vida cultural da cidade. 
Após essa experiência, Genelle passou a alimentar um sonho em ser dançarina profissional em uma grande companhia de dança. Assim, ela decidiu emigrar definitivamente em 2000. Para se sustentar, ela passou por vários empregos até assumir o posto de assistente de escritório na Autoridade Portuária Americana, cuja repartição funcionava no 64° andar do World Trade Center.

Alarme e Luzes de Emergência

11 de setembro de 2001. Às 8h começou mais um dia comum de trabalho para Genelle. Sua rotina iniciou com a reunião com os chefes de setores para delinear os detalhes dos trabalhos do dia. Naquele dia, a reunião foi considerada rápida. Genelle estava de volta ao seu posto por volta das 8h40.
Às 8h46 ela sentiu um tremor na torre. Ela imaginou que seria um pequeno terremoto e se lembrou dos vários abalos sísmicos que vivenciou em seu país-natal. Genelle olhou pela janela e viu muitos papéis voando. Mesmo sem entender, ela voltou à sua mesa de trabalho.
Imediatamente um sistema de segurança disparou alarme e luzes de emergência. Genelle não percebeu o que estava acontecendo. O chefe-geral disse a todos os funcionários que permanecessem no escritório e mantivessem a calma enquanto ele iria buscar informações.
Um grupo de empregados não respeitou a ordem do chefe e procurou os elevadores para sair do prédio. Como os elevadores estavam parados, eles desceram pelas escadas.
Região do World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001.
Região do World Trade Center no dia 11 de setembro de 2001.

Percepção do Perigo Iminente

Do grupo que ficou, um colega lembrou que havia uma TV na sala de reuniões e que talvez lá poderiam ter alguma informação do que estava acontecendo. 
As notícias que chegavam diziam que um ataque terrorista estava em curso no World Trade Center. O grupo finalmente percebeu que suas vidas corriam perigo. Muitos dos que ali estavam começaram a chorar. Genelle, muito nervosa, imediatamente ligou ao namorado Roger, que disse, aos gritos: “Saia imediatamente daí! Saia!”. Nesse momento, seu prédio tremeu novamente. Era a Torre Sul que acabara de ser atingida pelo segundo avião. O grupo, então, correu às escadas.
Na descida, Genelle estava o tempo todo segurando a mão de sua amiga Rosa González. “À medida que descíamos, nós contávamos os andares. 47, 46 … 40, 35… eu sentia muitas dores nos pés.”, comentou Genelle posteriormente. 
Todo o grupo continuava descendo as escadas. Ao chegarem no décimo-terceiro andar, Genelle disse à Rosa que a dor nos pés estava insuportável e que ela iria  tirar os sapatos antes de continuar. Ao largar a mão de Rosa, elas ouviram um estrondo, um barulho crescente que vinha dos andares superiores. Genelle ouviu então uma explosão e tudo ficou escuro. 
Trabalho dos socorristas no dia seguinte aos ataques.
Trabalho dos socorristas no dia seguinte aos ataques.

“Meu Nome é Paul”

Guzman-Mcmillan acordou e estava agora sob toneladas de escombros do World Trade Center. Sua perna estava esmagada por uma viga e sua cabeça estava presa entre duas barras de concreto. Era escuro e silencioso, com muita poeira. Ela estava imobilizada e somente conseguia mover o braço esquerdo. 
Genelle começou a pensar que tudo era um sonho ruim e que logo acabaria. Levou algum tempo para ela concluir que estava realmente vivendo aquela situação. Quando pensamentos de que ela morreria ali começaram a passar por sua cabeça, ela mudou o foco para pensar na filha Kimberly, então com 12 anos, e então passou a orar. “Pedi a Deus uma segunda chance, pois eu precisava cuidar de minha filha. Então eu pedi um milagre.”
Vinte e sete horas se passaram depois do desastre e Genelle esmoreceu, perdendo as esperanças de ser resgatada. De repente ela ouviu ao longe uma voz repetidamente chamando seu nome: “Genelle! Genelle!” Por cima dos escombros, alguém pegou em sua mão e disse: “Não se preocupe. Meu nome é Paul. Você vai ser tirada daí.”. Isso deu esperança e tranquilidade à Genelle. Minutos depois, uma equipe dos bombeiros começou a remover os entulhos e ela foi encontrada e levada às pressas ao hospital com muitos ferimentos e uma queimadura no rosto.
Genelle no hospital se recuperando dos ferimentos.
Genelle no hospital se recuperando dos ferimentos.

Recuperação

No hospital, a equipe médica conseguiu após quatro cirurgias salvar a perna de Genelle. Durante sua dolorosa e cansativa recuperação, Genelle processava em sua cabeça tudo o que havia passado, acreditando que sua fé a ajudou. Ela recebeu alta no final de outubro e em poucas semanas se casou com o namorado Roger e a família se mudou para Long Island. Ela voltou a trabalhar na Autoridade Portuária Americana.
Toda vez que Genelle vai ao Marco Zero, local onde as Torres estavam, ela cuidadosamente encontra o nome de sua amiga Rosa González e presta homenagens.
Genelle visita o Marco Zero em 2002.
Genelle visita o Marco Zero em 2002.

Surpresa

Algum tempo depois, durante uma entrevista na qual Genelle contava sua experiência, o canal de TV levou toda a equipe de socorristas que a resgatou. Essa surpresa a deixou muito emocionada. Após agradecer um a um, ela perguntou por Paul, aquele mesmo que a havia confortado e dado forças pouco antes de ser encontrada. “Não temos alguém com o nome Paul em nossa corporação.”. “Não tem?”, perguntou ela, perplexa. “Definitivamente”, respondeu o chefe dos socorristas.
Em 2011, Genelle Guzman-Mcmillan escreveu o livro “O Anjo Dos Escombros”, no qual conta a respeito de Paul, que acredita ser o seu anjo da guarda que a ajudou naquele dia.

Veja os Interessantes Temas Deste Post Para Conversar Com Familiares e Amigos:

  • Busca do Sonho: Genelle, apesar de viver em uma família simples, tinha um sonho inicial de tornar-se uma dançarina famosa em Nova Iorque. Ela superou a situação sem recursos na qual vivia para conseguir imigrar aos Estados Unidos e buscar esse objetivo. 
  • Companheirismo: Durante a descida pelas escadas, Genelle segurava a mão de sua amiga de trabalho, Rosa González, ajudando-a e incentivando-a a apressar-se para que ambas saíssem do prédio o mais rápido possível.
  • : Genelle Guzman-Mcmillan foi acalmada e consolada por Paul, enquanto estava sob os escombros. Essa experiência reforçou a sua fé, quando confirmado que não existia uma pessoa com esse nome na equipe de resgate.

 

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