Neste artigo: O Drama de Darlene Étienne e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos
Sinopse
No mês de janeiro de 2010 o Haiti experimentou um devastador terremoto que matou aproximadamente 316 mil pessoas deixando um milhão de desabrigados. A jovem Darlene Étienne de 16 anos ficou enterrada viva por duas semanas sob os escombros da casa onde vivia.
Inexplicavelmente ela permaneceu viva com pouquíssima água, sem comer e sem se movimentar. Seu salvamento comoveu o país e ela se tornou símbolo de resistência e perseverança.
Início Turbulento de Uma Vida Nova
Darlene Étienne estava começando sua vida adulta. Logo após o Ano Novo ela tinha deixado a casa dos pais na zona rural e viajado em torno de 70 km para morar na capital Porto Príncipe na casa do primo e esposa. Ela chegou no dia 3 de janeiro e estava motivada e feliz por começar a estudar na escola Saint-Gérard. Sua nova vida autônoma estava apenas começando! Já havia passado 9 dias na nova rotina e ela considerava que estava se adaptando bem à nova cidade.
Mas quando o relógio marcou 16h53 daquele dia sua nova vida teve que esperar. O terremoto tinha chegado.
Grossa Camada de Poeira
Coberta dos pés à cabeça com um pó de giz branco e cimento Darlene teve um resgate difícil pois estava com algumas placas de concreto e parte do telhado amontoados sobre ela. Durante duas semanas ela ficou enterrada praticamente imóvel sob o entulho primeiramente porque sentia muitas dores e também porque acreditava erroneamente que se ela se movimentasse haveria algum outro desabamento. Relatos dos socorristas deram conta que ela tinha apenas mais algumas horas de vida, afinal seu estado de saúde era muito frágil. Eles diziam que a sobrevivência de Darlene era inexplicável.
Uma Catástrofe Nacional
O terremoto do dia 12 de janeiro de 2010 mediu 7,0 na escala Richter (que vai até nove). Seu epicentro foi perto da cidade de Léogane à distância de 25 km da capital. Surpreendentemente nos dias seguintes registrou-se mais de 52 tremores secundários todos com 4,5 ou mais. O governo haitiano anunciou que 316 mil pessoas, cerca de 3% da população, haviam morrido na tragédia. Quase todo haitiano havia perdido alguém próximo amigo ou da família. A esposa do primo de Darlene infelizmente foi uma das vítimas do desastre, esmagada pelas paredes de sua casa quando desabou. A mãe de Darlene por sua vez não tinha esperanças de encontrar a filha viva.
Já nas primeiras semanas após o terremoto equipes de resgate de todo o mundo desembarcaram no Haiti para ajudar nas buscas e equipes médicas já tinham chegado ao país para cuidar dos sobreviventes.
Nos primeiros dias após o terremoto 135 pessoas foram retiradas dos escombros. O governo haitiano ordenou em 23 de janeiro que as buscas reduzissem suas atividades pois acreditavam que não haveriam mais sobreviventes e os esforços deveriam ser concentrados no suporte aos desabrigados e famintos.
Sem Forças Para Pedir Socorro
No dia 27 de janeiro a vizinhança da rua procurava limpar os escombros agora na área da casa onde Darlene morava. Embaixo das ruínas ela ouvia passos e vozes ao longe. “Eles estão vindo me resgatar”, pensou Darlene. Nesse momento ela tentou pedir por socorro, mas sua voz era fraca, como um sopro. Tentou mais uma vez e esperou. Naquele instante ela ouviu alguém falar: “eu ouvi algo! Silêncio! Silêncio!”. Darlene só podia gemer. Não tinha forças para tentar falar.
Uma gritaria se sucedeu. Uns vasculhavam os entulhos outros correram para chamar o resgate. A equipe francesa chegou em minutos ao local. Os paramédicos estavam um pouco reticentes acreditando ser um alarme falso como tantos outros e que encontrariam mais um corpo. Depois de 15 dias mesmo as equipes tinham por impossível encontrar alguém vivo.
No entanto o médico chefe da equipe contornou os destroços, se aproximou das bordas do telhado desabado e ouviu os gemidos. Ao retirar algum entulho logo chegou a um tufo de cabelo. Ele chamou imediatamente seus companheiros que fizeram uma limpeza frenética alcançando Darlene e verificando que ela tinha pulso. Depois houve uma escavação ao redor para fornecer oxigênio e água. Passado um certo tempo a equipe planejou a abertura de um espaço maior e retirar a jovem coberta pela poeira dos escombros. Esse resgate foi acompanhado com muito suspense por uma multidão perplexa. Em um depoimento emocionado, um dos paramédicos declarou: “Eu vi tanta gente morrer que eu estava ainda mais feliz por ela estar viva e agradeço a Deus por isso.”
Darlene tinha um quadro de desidratação grave e muitos ferimentos nas pernas devido à queda da alvenaria. Logo depois de resgatada ela foi levada de helicóptero ao navio-hospital para tratamento.
Assim Foram As Duas Semanas de Darlene
A casa onde Darlene Étienne estava foi sacudida de tal forma que o telhado e o concreto das paredes se esfacelaram. Um monte de entulho, ferro retorcido, telhas e madeiras estavam sobre a jovem. Nos primeiros dias ela chegou a gritar por socorro mas a densa poeira bloqueava sua garganta e atrapalhava sua respiração. Sua voz foi encoberta pelo maquinário trabalhando e pelo barulho dos terremotos secundários que se seguiram.
Darlene Étienne esteve soterrada próximo ao banheiro, que estava completamente arrasado. Ela viu que havia um pequeno fluxo de água que vinha de um encanamento quebrado. O grande esforço para alcançá-lo valeu a pena e daquele cano ela bebeu um pouco d’água nos primeiros dias até a água secar completamente. Mais tarde ela encontrou uma garrafa de Coca-Cola no entanto não tinha nenhum alimento para comer.
Fora dos Escombros, de Volta à Vida
Após sua completa recuperação, Darlene Étienne retornou à casa de seus pais na zona rural de Marchand-Dessalines e continuou seus estudos.
Veja Sobre o que Falar Com Familiares e Amigos:
- Adaptação: Darlene Étienne demonstrou habilidade de adaptação ao ambiente hostil, utilizando recursos limitados para manter-se viva.
- Coragem: Por duas semanas, ela enfrentou a escuridão, a solidão e o medo sem ter nenhum indício de quando ou se seria resgatada.
- Resiliência: Darlene manteve-se forte e não deixou-se levar pelas condições adversas que viveu durante o tempo sob os escombros.
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