Neste artigo: A Aventura de Fridtjof Nansen e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos
Sinopse
O ano é 1890 e o explorador norueguês Fridtjof Nansen começou a planejar uma expedição que tinha o intuito de alcançar o Polo Norte. A época era de grandes explorações mas o Polo magnético da Terra ainda era um lugar onde ninguém havia posto o pé. “Certamente será um grande e único feito” pensava Nansen. Ele não imaginava que alguns imprevistos o fariam estar à deriva no Ártico e o levariam a tomar decisões de última hora. Sua expedição passaria então da excitação e expectativa inicial à uma luta por sua sobrevivência.
A Teoria da Corrente Natural
No seu plano ele iria utilizar a corrente natural do oceano. Após chegar a um certo ponto do mar ele deixaria a corrente polar levar o navio até bem próximo da meta. Essa teoria foi lançada pelo meteorologista Henrik Mohn que presumia a existência de uma corrente oceânica de leste para oeste no mar polar. Por bastante tempo a teoria sofreu resistência da classe cientifica simplesmente por que não tinha nenhum fato que a provasse. Ela começou a ser aceita após os destroços do navio americano Jeannette, que afundou em 1881 na costa da Sibéria, alcançarem a Groenlândia algum tempo depois. Mesmo a possibilidade de estar à deriva no ambiente inóspito e perigoso do Ártico não tirava a confiança de Nansen que a expedição tinha tudo para dar certo.
Um Plano Em Ação
Visionário, Nansen procurou a Sociedade Geográfica Norueguesa a fim de obter apoio financeiro a seu projeto que incluía a construção de um navio resistente ao gelo, mantimentos e combustível para garantir o sustento de 12 pessoas durante uma missão de pelo menos 5 anos. Apesar da oposição de muitos exploradores ele conseguiu contribuição de investidores privados e subvenção do parlamento norueguês. Com os recursos em mãos, Nansen contratou um construtor de barcos e se viu tendo que selecionar 12 pessoas dentre as milhares que se apresentaram interessadas em fazer parte da expedição.
Em junho de 1893 finalmente o navio chamado Fram partiu do porto de Christiania na cidade de Vado com o plano inicial de contornar a costa da Noruega, entrar na Passagem Nordeste e seguir pela costa norte da Sibéria. Este trajeto foi marcado pela dificuldade de seguir em locais com mau tempo, acidentados e com grandes blocos de gelo. Em setembro do mesmo ano eles alcançaram a região onde o Jeannette afundou. Agora era somente desligar os motores, levantar o leme e ser conduzido à deriva pela corrente do Ártico. Foi o que fizeram. O zigue-zague que se seguiu frustrou Nansen. No mês de novembro eles constataram que estavam mais ao sul do ponto de quando se deixaram levar pela correnteza. Somente em março de 1894 é que o navio começou a rumar mais constantemente para o norte mas à uma velocidade bem lenta.
Primeira Decisão: Deixar o Navio
Em maio de 1895 o impaciente Nansen decidiu então chamar Hjalmar Johansen, o condutor do navio, a partir dali rumo ao Polo Norte em trenós puxados por cães e deixar à deriva o navio Fram com dez tripulantes. No seu novo plano Nansen e Johansen poderiam, depois de alcançar o Polo, cruzar para Terra de Franz Joseph sobre os grandes blocos de gelo e voltar para casa em um outro navio. Eles também acreditavam que o navio Fram sairia da região da Sibéria e alcançaria a Noruega à deriva pela correnteza oceânica. Nos primeiros dias do novo plano eles já perceberam que os suprimentos não seriam suficientes para todo o trajeto. Cruzaram longas planícies geladas com calotas de gelo que se estendiam até onde a vista alcançava.
Abandonar a Missão Para Salvar Sua Vida
Quando chegaram ao ponto 86°13,5′ N em junho de 1896 os relógios e bússolas que eles utilizavam para se orientar pararam de funcionar inesperadamente. Nansen então passou a refletir sobre sua expedição e as consequências de ele continuar a seguir para o Polo sem a orientação dos aparelhos. Ele então decidiu que o plano de alcançar o Polo Norte tinha que ficar de lado pois percebeu que estava numa situação de risco de vida, sem mantimentos suficientes com a possibilidade de ficar à deriva no Ártico, sem nunca talvez chegar ao destino. Trata-se agora de uma luta pela sua própria sobrevivência.

Começaram a seguir para o Sul com a finalidade de chegar “às cegas” à Terra de Franz Joseph, enfrentando tempestades de neve, neblinas, frio intenso e constante perigo de ataque de animais selvagens. À partir de maio daquele ano eles se viram obrigados a matar os cães mais fracos para alimentar os outros cães e assim economizar na ração.
Drama e Dificuldades do Retorno
Posteriormente em junho, mais um drama se juntou ao cenário: a temperatura começou a aumentar e a camada de gelo ficava cada vez mais fina. Eles ficaram sobre placas flutuantes durante meses. Eles avistaram terra em agosto mas agora tinham que usar uns caiaques caseiros para navegar pois sabiam que não poderiam permanecer na placa de gelo por muito mais tempo.
Nansen logo percebeu que tinham chegado a Cabo Felder na costa oeste da Terra de Franz Joseph. Em setembro de 1895 a temperatura começou a baixar rapidamente e eles decidiram construir uma cabana de pedras e pele de animais para se protegerem do frio intenso. Ficaram na cabana os oito meses de inverno rigoroso do norte polar. Para se alimentarem, eles caçavam animais como focas, morsas e ursos. Em maio de 1896 eles retomaram sua jornada para o sul.
O Resgate
Inesperadamente, em junho de 1896 Nansen e Johansen encontram-se com Frederick Jackson, o explorador britânico que liderava uma expedição à Terra Franz Joseph. Jackson prontamente os conduziu ao acampamento na Ilha de Northbrook e lá ficaram pouco mais de um mês. De lá algumas pessoas enviaram telegramas para anunciar que Nansen estava vivo e voltando para casa. Da ilha navegaram por uma semana chegando a Vardo. Logo depois Nansen soube que o navio Fram com os 10 tripulantes havia alcançado Tromso, mais ao sul, guiado pela correnteza oceânica como havia previsto.
Nansen e Johansen foram recebidos com festa em setembro de 1896 e Nansen se reuniu com sua família após 3 anos de expedição. Eles não chegaram ao Polo Norte mas sua história de luta pela sobrevivência lhes rendeu fama pelo resto de suas vidas.
Você Pode Citar Este Post e, Nas Suas Conversas com Familiares e Amigos, Explorar os Seguintes Temas:
- Senso de Oportunidade: Fridtjof Nansen viu que chegar ao Pólo Norte era uma chance de se destacar e fazer o que alguns exploradores da época haviam tentado, mas sem sucesso.
- Determinação: Nansen enfrentou uma oposição muito grande a seu projeto de alcançar o Pólo Norte. Ele conseguiu os recursos para executar seu plano apesar de os intelectuais e outros exploradores tentarem impedi-lo a todo custo.
- Prudência: Após os aparelhos de orientação quebrarem em plena marcha sobre as calotas de gelo do Pólo Norte, Fridtjof percebeu estaria à deriva e decidiu abortar a missão para salvar a sua própria vida.
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