Alcatraz – A Fuga Impossível

Neste Artigo: Um Plano Meticuloso de Fuga e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos.

 

Sinopse  

As autoridades se orgulhavam da reputação do Complexo Penitenciário Federal de Alcatraz de ser uma “prisão invencível”. A fortaleza, localizada na Baía de São Francisco, também tinha o nome de “A Rocha”. Três detentos, Frank Morris e os irmãos Anglin, Clarence e John executaram em junho de 1962 um ousado e elaborado plano que se tornou a única fuga bem sucedida dessa prisão. Até hoje não se sabe o que aconteceu com os presos e sua fuga ainda rende muita controvérsia, especulações e teorias de conspiração.
Prisão de Alcatraz
Prisão de Alcatraz

A Rocha

Construída sobre uma ilha rochosa distante 2,5 km da cidade de São Francisco, a penitenciária de Alcatraz era uma verdadeira fortaleza cercada por águas geladas com fortes correntezas o ano todo, que também eram repletas de tubarões. As celas de 1,5m x 2,5m recebiam apenas um detento e eram sem janelas, com grossas paredes de concreto. Em uma reforma em 1934 substituíram várias barras de ferro por outras mais resistentes. Havia um sistema de vigilância restritivo e frequentes verificações nas celas, a qualquer hora do dia ou da noite. Seu conceito de evitar fugas a todo custo foi expresso também na arquitetura do prédio: as celas não tinham contato com as paredes externas, fazendo uma verdadeira prisão dentro de outra prisão. O muro exterior tinha 3m de altura, repleto de arames farpados.
Sua destinação era primeiramente abrigar os 300 criminosos mais perigosos dos Estados Unidos. Em virtude de seu caráter de prisão invencível, eram enviados para lá também a grande maioria de presos que tentavam fugir de suas prisões. Alcatraz sofreu 36 tentativas de fuga até 1962, nenhuma delas com sucesso.

Criminosos Famosos

Entre os internos mais notórios que já passaram por lá estavam o gangster Al Capone, que ficou milionário por vender bebidas ilegais e foi preso por evasão de divisas e assassinato. Machine Gun Kelly, um temido gangster que foi preso por planejar e sequestrar um  magnata do petróleo. Ele tinha esse nome porque sempre utilizava uma metralhadora em seus crimes.
Arthur Doc Barker, que foi um dos poucos a quase escapar de Alcatraz. Ele e três detentos serraram as grades, escalaram os muros mas foram vistos quando chegaram à praia. Os guardas deram ordens para parar, mas eles não obedeceram. Então a guarda abriu fogo e atingiram Barker na cabeça. Depois de capturado, morreu no dia seguinte em decorrência do ferimento. Roy Gardner, que assaltava trens e tentou fugir da prisão da ilha McNeil, chegou a escrever um livro intitulado “Hellcatraz: A Rocha do Desespero”. Ele mencionou que as outras prisões por onde passou pareciam como resorts de férias se comparadas a Alcatraz. 
Frank Morris, John e Clarence Anglin e Allen West
Frank Morris, John e Clarence Anglin e Allen West

Quatro Prisioneiros Chegam a Alcatraz

John e Clarence Anglin nasceram na Geórgia e foram capturados em 1956 por roubo a banco. Receberam condenação a penas de 15 e 20 anos respectivamente na penitenciária de Atlanta. Devido ao mau comportamento foram transferidos à Prisão Estadual da Flórida e posteriormente à Penitenciária Federal de Leavenworth. As várias tentativas de fuga levaram as autoridades a transferi-los a Alcatraz em 1960.
Allen Clayton West era especialista em roubo de carros. Sua transferência para Alcatraz se deu logo depois de sua tentativa frustrada de fuga da penitenciária de Atlanta.
Frank Lee Morris nunca teve uma estrutura familiar. Ele passou a infância e pré-adolescência em lares adotivos e teve sua primeira condenação por delinquência e crime aos 13 anos. A adolescência se resumiu a envolvimento com vários crimes e contravenções, desde posse de entorpecentes a assalto à mão armada. Sua tentativa de fugir de Atlanta lhe rendeu a transferência a Alcatraz.
Correntezas da Baía de São Francisco. Quanto mais claras as setas, mais fria a água.
Correntezas da Baía de São Francisco. Quanto mais claras as setas, mais gelada a água.

Planejamento e Ação

Frank Morris, Allen West e Clarence e John Anglin já se conheciam desde suas passagens pela penitenciária de Atlanta.
Alojados no bloco B, eles perceberam que as grelhas de ventilação das celas que davam para um corredor de serviço estavam corroídas pela umidade, bem como o concreto do local das saídas de ar. O plano era desgastar o concreto frágil e acessar o corredor até alcançar o telhado e de lá chegar à praia.
Durante oito meses, noite após noite, eles utilizaram os mais diversos recursos improvisados para escavar a parede: desde colheres de sopa até furadeira feita de motor de aspirador de pó roubado. Durante os períodos de música eles fizeram grande parte da escavação, pois era quando os detentos se apresentavam e todo barulho que fizessem estava encoberto pelos instrumentos.
Para disfarçar o buraco que ia se alargando, Morris, West e os Anglins usaram de engenhosidade. Primeiramente eles roubaram tinta do atelier de pintura e fizeram paredes falsas de papelão pintado com a imitação da grelha enferrujada feita de papel higiênico e sabonete. Também fizeram moldes de suas próprias cabeças e colocaram mechas de cabelo do salão de cabeleireiro para parecerem que estavam dormindo nas camas na noite da fuga. Para navegarem até o continente eles confeccionaram coletes salva-vidas e botes com capas de chuva roubadas.
O corredor de serviço era por trás das celas e foi usado na fuga.
O corredor de serviço por trás das celas usado como rota de fuga.

Tour de Reconhecimento

No início de junho de 1962, já com o buraco na parede de concreto suficientemente largo para passar, Morris saiu da cela uma noite com o propósito de circular pelo corredor de serviço, passar por tubos e canos até chegar ao telhado. Ele tomou muito cuidado para alguém não o visse, nem fazer barulho. Do telhado ele viu qual seria o melhor trajeto a fazer para alcançar a praia. Logo depois, Morris conseguiu voltar à cela naquela noite sem levantar suspeitas, já pensando em qual data iria fugir com seus cúmplices.
Naquele mesmo dia, no refeitório, Morris contou sua experiência ao grupo e eles estipularam a noite da fuga de Alcatraz: 11 de junho, após a segunda ronda de verificação que os guardas faziam pelas celas. 

Na Noite da Fuga

O ponto de encontro era o grande tubo de ventilação que dava para o telhado. Os Anglins chegaram primeiro e Morris logo em seguida. O poço de ventilação era o único lugar do trajeto onde eles teriam que apoiar uns nos outros para subir. Apesar de eles ainda esperarem por West por um pouco, eles tiveram que seguir o plano, pois West não chegava como combinado. Nem sabiam que West titubeou no último minuto, e além de ficar inseguro ele se demorou na cela. Quando decidiu sair, não encontrou os cúmplices no ponto de encontro. Ele até tentou subir por si próprio, mas como não conseguiu, voltou para a cela decepcionado.
Para os três, a subida até o telhado foi difícil porque além do esforço, eles tinham que evitar de fazer barulho. Sorrateiramente se desviaram das luzes de segurança e também pularam dois portões de alambrado. Finalmente eles haviam chegado à praia. Imediatamente eles começaram a inflar os botes e os coletes feitos com capas de chuva e se lançaram na Baía de São Francisco. Alcatraz ficou para trás.
Hoje Alcatraz é um museu. Foi reproduzida a cela de Frank Morris com os artefatos que ele confeccionou para a fuga.
Hoje Alcatraz é um museu. Reproduziu-se a cela de Frank Morris com os artefatos que ele confeccionou para a fuga.

Teorias e Conspirações

Desde então não se sabe exatamente o que aconteceu a Frank Morris, Clarence e John Anglin. Assim, muitas suposições e especulações sempre cercaram o caso da fuga.
Encontraram remos e pedaços das jangadas no ponto onde provavelmente chegariam, mas a investigação do FBI não foi conclusiva em afirmar que foram eles que deixaram lá ou foi a maré que trouxe os objetos.
Uma semana depois da fuga, o FBI recebeu uma ligação de uma pessoa dizendo ser Clarence Anglin e que estava ligando com o fim de entregar-se. A pessoa chegou a conversar com um delegado afirmando que estava arrependido. Inesperadamente a pessoa desligou. Numa época em que o rastreamento de ligações telefônicas não era tão eficiente, não foi possível saber se finalmente era Clarence Anglin ao telefone.
Allen West, o prisioneiro que não conseguiu escapar, relatou os detalhes do plano em colaboração com as autoridades e assim não recebeu acusação de planejamento e fuga.
Foto que a família afirma ser dos irmãos Anglin no Brasil em 1975
Foto que a família afirma ser dos irmãos Anglin no Brasil em 1975
Uma das teorias era a de que os irmãos Anglin estavam morando no Brasil desde 1975. A família afirmou que recebeu cartões de Natal dos irmãos por três anos. Apesar disso, os cartões não tinham endereço de remetente. Em um desses cartões, conforme a família, os supostos criminosos enviaram uma foto que seria deles, para mostrar que estavam bem. O FBI todavia não conseguiu identificar o local da foto.
Apesar de os corpos não terem sido encontrados, o FBI considerou que os homens se afogaram nas águas geladas da Baía de São Francisco. O caso foi encerrado em 1979 e Frank Morris e os irmãos Anglin ainda figuraram na lista dos mais procurados do país por 17 anos.

Veja os Interessantes Temas Deste Post Para Conversar Com Familiares e Amigos:

  • Coragem: O prisioneiros conheciam as diversas histórias de tentativas de fuga fracassadas e estavam cientes dos riscos. Mesmo assim levaram a termo o plano de fuga.
  • Engenhosidade: Eles criaram ferramentas improvisadas para dar andamento ao plano e elaboraram estratégias para evitar a segurança da prisão e assim aumentar as chances de fuga.
  • Concentração: A execução do plano de fuga exigiu grande determinação dos prisioneiros durante muitos meses. Eles tiveram que focar em todos os aspectos que os fariam fugir, bem como todos os obstáculos.

Nota: Estes temas para você usar em suas conversas com familiares e amigos pretende descrever, de forma neutra, as características humanas demonstradas pelos envolvidos. Não apoiamos nem valorizamos atos ilegais.

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