Neste Artigo: Um Resgate Espetacular e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos
Sinopse
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) sequestraram a então candidata à presidência Ingrid Betancourt Pulecio em 2002. Ela passou por tortura e fome por longos seis anos até uma mega e sofisticada operação de resgate ser executada com sucesso pelas forças de segurança colombianas.
Origens
De proveniência franco-colombiana, Ingrid Betancourt Pulecio nasceu em 1961 e vinha de uma família rica e de classe alta. Ela fez seus estudos em Paris e na Inglaterra antes de regressar definitivamente à Colômbia. Seguindo influência de seu pai, que foi político e ex-ministro do governo, ela lançou sua candidatura à presidência da Colômbia em 20 de maio de 2001 com um plano de governo fortemente contrário às drogas e à corrupção.
O aparecimento das FARC remete ao ano de 1964 como braço militar do Partido Comunista Colombiano, de ideologia marxista-leninista. Lutar pelos pobres rurais frente às classes mais abastadas era o principal discurso. Estimado de ter entre 10 mil e 18 mil membros, o grupo controlava aproximadamente 40 por cento do território colombiano, principalmente a selva fechada e regiões montanhosas. O financiamento vinha principalmente de raptos e comércio de cocaína.
O Sequestro
A candidata Ingrid Betancourt defendia uma plataforma antiterrorista e antidrogas e apesar de um impasse de três anos nas conversações de paz entre os rebeldes e o governo ela se empenhava em retomar as negociações. Em certo momento de sua campanha, ela tinha atividades com eleitores na cidade de San Vicente del Caguán. Para entrar na cidade era necessário passar por um posto de controle das FARC. Nesse posto uma brigada dos rebeldes atacou o ônibus de Ingrid e a levou com sua companheira de chapa Clara Rojas para dentro da selva fechada. Começava ali para Ingrid um drama de seis anos de cativeiro e maus tratos.
Alternativa Difícil e Delicada
Álvaro Uribe venceu as eleições e como Presidente exigiu um cessar-fogo para negociar a libertação de Betancourt com as FARC. Os rebeldes recusaram prontamente a proposta. Eles somente queriam fazer uma troca entre seus 23 reféns com 500 guerrilheiros presos. O governo, por sua vez, descartou qualquer negociação nesse sentido.
O governo começou a considerar a opção arriscada de uma operação de resgate, apesar de a família de Ingrid implorar para que uma intervenção desse tipo não fosse feita. A esse momento envolveu-se nas negociações o então presidente francês Nicolas Sarkozy, uma vez que Ingrid Betancourt tinha também a cidadania francesa. O serviço de inteligência colombiano disse que havia uma grande chance de o cárcere de Betancourt ser na densa floresta, provavelmente em território venezuelano. Hugo Chávez, o ditador esquerdista, prontamente promoveu atritos diplomáticos com os governos da Colômbia e da França após as declarações.
O governo francês empreendeu uma operação de resgate à partir do Brasil em julho de 2003, mas não teve sucesso. Em agosto de 2004 o governo colombiano propôs às FARC a libertação de 50 guerrilheiros presos em troca dos reféns políticos, incluindo Ingrid. Os rebeldes implementaram uma longa e lenta negociação até que somente em julho de 2007 um total de trinta prisioneiros foram libertados em troca de alguns reféns, mas Betancourt, devido à sua importância política, continuou sendo mantida no cárcere.

Revelações do Cativeiro
No ambiente úmido da floresta fechada os prisioneiros ficavam acorrentados a maior parte do tempo, saindo somente com o fim de se lavarem no rio. Eles repetidamente apanhavam dos seus carcereiros. Betancourt relatou que havia períodos contínuos de tortura.
Um refém chamado John Frank Pinchao conseguiu escapar em maio de 2007. Ele contou às autoridades que Ingrid ainda estava viva, muito maltratada e exausta e que tinha reféns feridos e muitos doentes. Afirmou que Ingrid tentou fugir por várias vezes e que ela foi severamente punida quando recapturada. Disse também que no cativeiro Claras Rojas tinha dado à luz a um filho. Ele não foi capaz de indicar ao exército onde era o cativeiro.
Ousado Jogo de Paciência
Alguns meses mais tarde, a inteligência colombiana iniciou um arrojado plano de resgate, que começou efetivamente quando conseguiu que um oficial disfarçado fosse aceito no comando do grupo guerrilheiro. Como um jogo de xadrez no qual cada movimento é pensado, os militares foram reunindo informações por meses e pacientemente ganhando a confiança dos líderes das FARC.
Demorou em média oito meses para que soubessem a localização exata do cárcere. A confirmação se deu quando enfim os militares conseguiram ver alguns reféns tomando banho no rio Apaporis. Eles instalaram câmeras de vigilância e sensores de presença para monitorar a região do cativeiro. Enquanto isso, mais agentes infiltrados foram aceitos no comando das FARC, alguns no conselho de liderança do grupo.
O Xeque-Mate
A operação de resgate estava pronta para seu ato final. Conforme o plano, os agentes infiltrados teriam que utilizar um argumento para reagrupar os reféns e transportá-los a outro campo. Era final do mês de junho quando os agentes infiltrados determinaram a movimentação dos reféns de três campos para um cativeiro mais central, onde estava o líder Alfonso Cano. Dois helicópteros de uma organização não governamental fariam o transporte.
A tripulação de cada um dos dois helicópteros Mi-17 sem identificação militar era de um repórter, dois cinegrafistas e quatro voluntários humanitários, supostamente de uma missão internacional que verificaria a saúde dos reféns durante o transporte ao líder Cano. Todos eles eram soldados disfarçados que passaram vários meses em aulas de teatro exclusivamente para executar a missão.
“Operação Jaque” foi o nome dado à missão de resgate. “Jaque” em espanhol significa “Xeque-Mate”.
No dia 2 de julho de 2008, pela manhã, 60 guerrilheiros, os agentes infiltrados e os reféns chegaram a uma determinada clareira na floresta após marcharem 145 quilômetros durante vários dias pela mata densa. Ali seria o embarque dos reféns. Não esperaram muito e logo o primeiro helicóptero pousou. Dele desceram dois militares se passando por membros das FARC explicando que seriam os responsáveis pelo transporte.
Foram necessários 22 minutos para organizar e algemar os cativos no helicóptero. Os agentes embarcaram acompanhados de dois membros reais das FARC. O helicóptero levantou voo.

Movimento de Pinça
Logo que subiram sobre as copas das árvores, os agentes imediatamente apontaram suas metralhadoras para as cabeças dos dois guerrilheiros e os renderam numa ação bem articulada e rápida. Nos seus treinamentos, eles tinham apenas 30 segundos para dominar os dois rebeldes. Minutos depois os dois estavam amarrados, nus, vendados e deitados sobre o assoalho da aeronave.
Ingrid Betancourt ao mesmo tempo que ficou surpresa vendo o movimento, observou tudo prendendo a respiração. Assustada, ela somente percebeu o que se passava quando um “guerrilheiro” se aproximou, soltou suas algemas e disse: “Somos o exército nacional colombiano. Você está livre.” Gritos de alegria dos quatorze reféns libertados ecoaram no helicóptero. Com a notícia da libertação, o governo francês enviou os filhos, marido e irmã de Ingrid à Colômbia para se encontrarem com ela.

Após o Resgate
Ingrid Betancourt tornou-se uma personalidade mundial, escreveu livro sobre sua experiência e foi sondada várias vezes para retornar à política colombiana. Em 2013 ela recebeu a menção de ser uma das 100 mulheres mais influentes do mundo.
Veja os Interessantes Temas Deste Post Para Conversar Com Familiares e Amigos:
- Força Mental: Ingrid Betancourt estava experimentando uma circunstância extrema de estresse e ela teve que manter-se forte mentalmente para poder fazer face à situação. Essa medida foi fundamental para que Ingrid conservasse sua saúde mental.
- Adaptação: O ambiente do cativeiro era hostil, perigoso e imprevisível. Betancourt teve que ajustar-se rapidamente aos acontecimentos para aumentar suas chances de sobrevivência.
- Resistência física: Apesar de seu porte franzino, Ingrid Betancourt demonstrou que tinha grande resistência fisica para passar pelas privações e agressões sofridas no cativeiro.
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