Neste artigo: A Marca da Bomba e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos
Sinopse
Fujio Torikoshi tinha 14 anos em 06 de agosto de 1945, dia em que foi lançada uma bomba atômica sobre sua cidade, Hiroshima. O que torna seu testemunho marcante é que ele se encontrava próximo do epicentro da explosão. Depois de sua recuperação, ele seguiu vivendo com uma sinal daquele dia impresso em seu corpo.

Esforço de Guerra
Fujio Torikoshi vivia em uma casa na base de uma montanha na cidade de Yamate-Cho, no distrito de Nishi. O local tinha uma vista privilegiada da cidade de Hiroshima. Por estar apenas 2km do centro da cidade, era possível visualizar também os principais prédios e bairros.
Devido à guerra, Torikoshi era mais um dos milhares jovens chamados “estudantes mobilizados”. Tratavam-se de adolescentes recrutados para trabalhar nas fábricas de munições e armas e confeccionar peças para navios e aviões. Também faziam demolição e limpeza de prédios que serviriam como trincheira e abrigo no caso de ataques aéreos. Uma outra tarefa comum era costurar uniformes militares. À medida em que a guerra avançava os jovens iam cada vez menos à escola. Muitos deles já trabalhavam em tempo integral desde 1944.
Barulho e Flash
06 de agosto de 1945. Fujio Torikoshi não iria trabalhar nesse dia, pois precisava ir ao hospital. Ele tinha sido diagnosticado com deficiência de vitaminas em uma consulta no sábado dia 04 e o médico o encaminhou a fazer alguns exames na segunda seguinte, dia 06. Cedo de manhã ele se aprontou usando sua camiseta de gola em “v” preferida, calça, sapato e chapéu, tomou café da manhã com sua mãe e agora estavam verificando os últimos detalhes antes de sair de casa.
De repente, Torikoshi ouviu um barulho de avião ao longe. Ele de pronto reconheceu: “É um B-29!”. Fujio sabia que se tratava desse modelo de avião porque, antes de ser recrutado a trabalhar na fábrica, ele teve um exaustivo treinamento que o ensinou, entre outras coisas, a distinguir os sons dos diferentes motores de aviões americanos.
Imediatamente Fujio correu para a rua, procurando avistar o avião. Ele percebeu que não ouvia mais o barulho dos motores, mas ainda assim continuava a olhar para o céu. Como não viu o avião, Fujio olhou em direção à cidade.
Ele não viu nada de anormal, exceto um pequeno objeto escuro que vinha caindo do céu, acima do centro da cidade. A medida que esse ponto escuro descia, Fujio o observava atentamente. O objeto nem tinha chegado ao solo e ele se transformou em um flash com um clarão mais forte que o sol. Posteriormente, Fujio descreveu que tinha visto luzes com cor de lava vulcânica vindas do núcleo do flash antes de se transformar numa incrível bola de luz.

Calor e Choque
O que se seguiu foi um forte calor ardente que Fujio sentiu primeiramente no rosto e depois nos braços, as únicas partes descobertas de seu corpo. A sensação era que a pele estava fritando intensamente. Logo depois, uma onda de choque o acertou em cheio e o arremessou à 8 metros de altura, fazendo-o cair desacordado próximo à uma cisterna.
Sua mãe, que não ficou ferida na explosão, logo correu para socorrer seu filho. O que ela viu foi assustador: uma criança desacordada e ferida, com o rosto vermelho e inchando rapidamente. A face de Fujio ficou de tal forma inchada que ele não mais conseguia abrir os olhos. Ela de imediato o levou a um abrigo antiaéreo para prestar os primeiros socorros.
Ela ficou feliz quando Fujio recobrou a consciência, mas ela sabia da gravidade da situação e chamou um vizinho para levar seu filho ao hospital de Hatsukaichi. Eles retornaram no fim do dia e Fujio estava com o rosto e braços enfaixados.

Recuperação
Logo pela manhã Fujio perdeu a consciência novamente e ficou assim por alguns dias. Também apresentava febre alta e muitos sangramentos na pele. Seu rosto estava ainda muito mais inchado e ele não conseguia abrir a boca. Sua mãe o alimentava mastigando o alimento e dando-lhe por um canudo. Até o mês de outubro daquele ano Fujio ficou em casa e então teve que ser internado, agora no hospital da região de Iwakuni. Ele passou todo a ano seguinte com o rosto vermelho, desinchando aos poucos e tendo constantes perdas de consciência. Na primavera, Fujio voltou a ser matriculado e a frequentar a escola.

Marca
Depois da guerra, Fujio trabalhou como professor de escola primária em Hiroshima. Ao aposentar-se ele se engajou em participar de eventos como testemunha da bomba atômica.
Durante sua vida, Fujio Torikoshi carregou no seu peito um sinal que constantemente o lembrava daquele dia: uma cicatriz em forma de “v”, a gola de sua camiseta que ele usava na ocasião. Uma vez, quando perguntado se queria esquecer tudo que aconteceu, Fujio disse: “Sim, queria esquecer. Mas esta marca não deixa.”
Veja os Interessantes Temas Deste Post Para Conversar Com Familiares e Amigos:
- Pacifista: Fujio Torikoshi demonstrou uma preocupação com o futuro do planeta ao abraçar a causa da paz sem armas nucleares. Ele sempre se mantinha disponível para relatar sua experiência e testemunho, que era principalmente direcionado aos mais jovens.
- Dedicação à Memória: Torikoshi dedicou-se a divulgar seu depoimento em tempo integral na sociedade japonesa após aposentar-se. Ele participou de inúmeras entrevistas e reportagens.
- Didática: Para contextualizar seu relato, Fujio Torikoshi fazia questão de detalhar todos os aspectos importantes, desde mostrar fotos e objetos de época até sua própria cicatriz, resultado da explosão.
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