Neste Artigo: A Sobrevivente do Acidente e Temas Para Conversas com Familiares e Amigos
Sinopse
Em 2009 a jovem francesa Bahia Bakari tinha apenas 13 anos quando partiu em viagem de Paris com o fim de visitar a família em Comores, na costa africana. Próximo de aterrissar, ela conta que em um certo momento tudo ia bem e subitamente instantes depois ela se viu machucada na cabeça, nadando em uma água misturada com combustível, à busca de um destroço para não afundar. Bahia Bakari foi a única sobrevivente do acidente do voo 626 da Yemenia Airways.
A Ilha e a Aeronave
Comores é um pequeno país insular localizado no continente africano, próximo à costa de Moçambique. Tem aproximadamente 900 mil habitantes. Na França há uma grande população comorense que visita seu país nas férias, principalmente no verão.
O Airbus A310 envolvido no acidente da viagem havia sido construído em 1990 e já tinha completado 17 mil voos, com aproximadamente 51 mil horas de voo acumuladas. No dia da tragédia ele tinha 142 passageiros e 11 tripulantes a bordo.

Férias
Bahia estava animada em passar as férias de verão com os familiares em Comores. Ela planejou a viagem com antecedência e ela sabia que era longa e cansativa, mas ela estava entusiasmada. Partindo primeiramente de Paris, Bakari e sua mãe fizeram uma escala em Marselha antes de chegarem a Sana’a, no Iêmen. Lá a viagem continuou no voo noturno número 626 da Yemenia Airways rumo ao Aeroporto Internacional Príncipe Said Ibrahim, em Comores. Era 30 de junho de 2009.
O Acidente
A aeronave voava sobre o Oceano Índico e sua chegada à ilha de Comores estava prevista no início da madrugada. Bahia Bakari tinha perdido o sono e escutou bem quando o comandante anunciou que o destino estava próximo e que chegariam por volta das 1h50. Tudo transcorria bem. Ao olhar ao seu lado, sua mãe dormia tranquilamente.
O que veio a seguir, nem Bahia sabe explicar. Em frações de segundo, ela foi jogada para frente com muita força e na sequência o avião sacudiu e ela bateu o rosto na janela. As luzes se apagaram. Ela escutou gritos além dos seguidos estrondos enquanto era jogada de um lado para outro violentamente. Ela perdeu os sentidos. O avião caiu há aproximadamente 15 km ao norte da costa da Ilha de Comores.
Flutuando
Devido ao impacto a aeronave se esfacelou e Bakari foi lançada no mar. Após acordar, ela ficou desorientada. Chegou a pensar que tinha caído sozinha do avião e que este tinha continuado viagem. “Minha mãe vai brigar comigo porque eu não pus o cinto de segurança.” pensava, sem ter consciência da sua situação. Como não sabia nadar, tentou manter-se com a cabeça fora da água, na total escuridão. Percebeu que muitos destroços, como bagagens e restos da fuselagem boiavam perto dela. Instintivamente a jovem batia os braços e se apoiava em algum objeto que tocasse. Por fim ela encontrou um grande destroço que a manteve boiando.
Em seguida um forte cheiro a fez perceber que estava numa espécie de poça de combustível do avião. Seus olhos, boca, garganta e feridas ardiam por causa do querosene. O que foi mais aterrorizante foi ouvir, ao longe, vozes e choro de alguns passageiros, que pouco a pouco foram emudecendo. O silêncio era assustador. Dali em diante ficou alternando entre perda de consciência e sono, apoiada sobre um destroço, na escuridão.
A Luz
Bahia Bakari finalmente teve a real noção do que havia acontecido quando o dia raiou. Cercada de destroços, ela chegou a ver alguns corpos boiando não muito distante dela. Ela tinha muita sede e estava exausta. No horizonte, um navio passava lentamente e ela não tinha condições de chamar-lhe a atenção.
A ilha de Comores apelou por ajuda internacional, pois por ser um país muito pequeno, não tinha esquadra da marinha para resgate em alto mar. Em contrapartida a França enviou, a partir do continente, dois aviões e um navio para a região. Levou muito tempo para chegar ao local da tragédia, tal a distância de centenas de quilômetros a percorrer.

O Resgate
Às 11h um navio chegou ao local do acidente e enviou balsas de resgate. Logo após chegarem, os marinheiros ficaram impressionados com o tamanho da área dos destroços e a quantidade de corpos. O mar estava agitado e eles navegavam por entre os escombros, apesar de não acreditarem que alguém pudesse ter escapado da tragédia.
De repente, um marujo viu Bahia flutuando apoiada numa placa de fuselagem. Quando ela fez um movimento com os braços, ele gritou aos companheiros que havia um sobrevivente, jogou para ela um colete salva-vidas e então rumaram para resgatá-la, remando a todo vapor. Inesperadamente uma onda quebrou sobre ela, que afundou e desapareceu. O marinheiro mergulhou e a encontrou, embora ferida e sentindo dores, se debatendo freneticamente, tentando subir à tona. Ele conseguiu mantê-la com o tronco fora d’água até que seus companheiros os resgatassem.
Bahia Bakari foi levada ao navio e lá recebeu cobertores para se aquecer.

“Milagrosa”
Bahia Bakari tinha cortes no rosto, queimaduras, fraturas na pélvis e clavículas e olho inchado. Recebeu cuidados médicos ao chegar no porto de Moroni, oito horas depois. No dia seguinte ela fez uma nova viagem, desta vez à França, em um jato fretado pelo governo francês e um hospital nos arredores de Paris a atendeu.
Chamada de “Milagrosa” por ter sobrevivido à tragédia, Bahia Bakari tornou-se escritora e publicou um livro sobre sua experiência no desastre.
A investigação atribuiu o acidente a erro do piloto.
Veja os Interessantes Temas Deste Post Para Conversar Com Familiares e Amigos:
- Exemplo: Bahia Bakari, ao compartilhar sua história, foi vista como fonte de inspiração. Sua mensagem principal de superação e seu exemplo alcançaram principalmente os públicos jovem e adolescente.
- Maturidade: Apesar da pouca idade, Bahia Bakari agiu de forma madura ao não se desesperar e aguardar com paciência algum tipo de ajuda que viesse resgatá-la.
- Resolução de problemas: Mesmo em uma situação tão adversa, Bahia Bakari usou o que tinha à mão para manter-se com parte do corpo fora da água e assim ter mais chances de sobreviver.
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